quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Aquecimento global

Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.

O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.

aquecimento global - derretimento de gelo
Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global.

Conseqüências do aquecimento global

- Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.

Protocolo de Kyoto

Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.

Conferência de Bali

Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012

Movimentos Ambientalistas

É cada vez maior a preocupação com as questões socioambientais da Amazônia, já que o a região possui a maior floresta tropical do planeta. Em vista disto, um estudo de abrangência nacional busca levantar dados sobre lutas e reivindicações com o caráter ambiental na Amazônia.

A pesquisa é uma parceria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem por nome "Atores e Trajetórias Socioambientais na Amazônia Brasileira". O estudo observa desde 1998 a influência das grandes personagens dos movimentos na perpetuação da luta de caráter ambientalista e de que forma essas manifestações de proteção ao meio ambiente repercutem internacionalmente. Além disto, procura demonstrar as relações existentes entre os grupos socais locais, as práticas produtivas e a conservação ambiental.

O professor Horácio Antunes do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão participa da pesquisa analisando os temas referentes ao estado do Acre. A questão dos seringueiros, ribeirinhos (praticantes de pesca, agricultura e extrativismo) e da atuação de ONG's junto a essas populações são sua preocupação primordial. O professor afirma que as práticas realizadas por tais grupos são pouco predatórias e conseguem aumentar a biodiversidade florestal através do nomadismo, que promove a movimentação de diferentes espécies de um local a outro. "O homem não é um ser dissociado da natureza e estas constatações vêm contestar a concepção vigente de que a natureza intocada deve ser preservada", analisa Horácio, ao advertir que o desequilíbrio ambiental surge somente a partir da Revolução Industrial, quando o homem passa a utilizar a natureza de maneira predatória e divergente de si.


A partir da manifestação desses grupos contra a invasão da área pela atividade industrial, o seu ideal foi conhecido mundialmente, de acordo com Horácio. "Os habitantes da região amazônica, que sobrevivem do extrativismo, reagiram à 'limpeza da área' para o desenvolvimento da indústria. O movimento, então, passa a ser conhecido nacionalmente e há uma aproximação da população com os estudiosos ambientalistas, que passam a apoiar o movimento destes grupos", conta. Segundo o professor, tais grupos não vêem uma cisão entre homem e natureza, mas uma continuidade.


Horácio ainda lembra que os movimentos ambientalistas brasileiros têm grande visibilidade internacional e que através deles surgiu a concepção legal de reserva extrativista. "O país todo ainda sofre a ressonância do pensamento de Chico Mendes, líder dos seringueiros da região amazônica na década de 1980. Apesar disto, ainda existem muitas ameaças sociais e ambientais na área, fazendo com que as lutas ambientais ainda sejam indispensáveis", diz.


Atualmente o Brasil possui 48 reservas extrativistas, das quais cinco pertencem ao Maranhão, e cerca de 96 pedidos de criação de novas reservas estão em processo de análise pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Fonte: www.badaueonline.com.br/2008/7/1/Pagina32556.htm